Fundado em 1º de janeiro de 1919, com a finalidade de amparar a infância desvalida.
No lar do casal Ernestina e Ignácio Ferreira dos Santos, funcionava o Grupo Espirita Cultivadores da verdade, onde surgiu a idéia e materializou-se a fundação do Abrigo, com o decisivo apoio de Ignácio Bittencourt, seu primeiro presidente, que presidiu até 1938. Em 1920 foi adquirido o prédio de números 89/91 da Rua Ibituruna, onde foi instalados o Departamento Feminino, inaugurado a 15 de outubro daquele ano, Dia de Teresa.
Em 1923 foi adquirido o atual prédio do Abrigo, no nº 53 da mesma Rua Ibituruna, onde passou a funcionar o Departamento Masculino.
Com o correr do tempo, o ATJ foi se impondo à sociedade carioca, pelo belo trabalho que realizava, com o apoio de inúmeros cooperadores.
Ficaram famosas as apresentações de seu Coral Orfeônico e o produto de suas oficinas de móveis de vime, de flores artificiais, de costura e bordados e, finalmente, de encadernação. Estas atividades profissionalizantes eram possíveis pelo fato da desinternação dos abrigados se fazer aos 18 anos, iniciando-se a internação aos 7 anos.
O trabalho manteve, em linhas gerais, as mesmas características até os primeiros anos da década de 70 quando importantes reformas formas introduzidas.
No ano de 1973 tem início o processo de mudanças quando assume a presidência o confrade Alfredo Vaz de Carvalho, um administrador altamente qualificado e um perspicaz visualizador do futuro. Em julho de 1973 é reformado o Estatuto, primeiro passo para as importantes inovações que precisavam ser efetivadas.
Uma série de medidas são introduzidas desde então, dentre as quais avultam:
1) Mudança da faixa etária de atendimento, com nítida concentração de esforços no pré-escolar, e consequente diminuição das idades de internação e desinternação; 2) Extinção das classes escolares próprias, passando o Abrigo a utilizar-se das escolas da rede municipal; 3)Projeto de fusão dos Departamentos, para racionalização de custos e serviços; iniciando-se em 1973 a construção de um pavilhão de dois
pavimentos, com área de 1840 m2; 4) Em 1979 foram inaugurados a nova e bem montada cozinha e o novo pavilhão; 5) Em 1980 foi assinado contrato de permuta com aval bancário, com importante construtora, tendo por base o terreno da Rua Ibituruna, 89/91, no qual foram construídos dois prédios residenciais de 15 andares tornando-se o Abrigo proprietário de vários apartamentos; 6) Em 1981 foi feita completa reforma no prédio central; 7) Em 1984 começou a funcionar a Creche, que em homenagem à saudosa “vovozinha” fundadora – foi chamada de Ernestina Ferreira dos Santos; 8) Finalmente, em 1998 foram inauguradas as novas instalações da Creche, na ala feminina, e as novas adaptações dos Departamentos, previstos para funcionar na ala masculina.
O ATJ, dentro ainda da visão e previsão de Alfredo Vaz de Carvalho, aumento progressivamente a matricula em sua Creche, reduzindo, ao mesmo tempo, o atendimento sob a forma de internação, finalmente extinto em 2001. Isto ocorreu não só como um impositivo da própria demanda bem como pela necessidade de nos adequarmos ao Estatuto da Criança e do Adolescente.
Diminuiu também, ao longo do tempo, a idade mínima de matrícula que atualmente é de 1 ano de idade.
O efetivo atual é de cerca de 400 crianças. Desde sua criação atendeu a 4.175 crianças e jovens.
Em 2012, por força da Lei 12.101/09, atendendo o princípio da universalidade do atendimento, o ATJ alterou sua atividade econômica principal para Educação Infantil-Creche e como secundárias, Educação Infantil – Pré-escolar, Atividades de Associações de Defesa de Direitos Sociais e Atividades Associativas Não Especificadas Anteriormente. Com esta mudança o Abrigo Teresa de Jesus trabalha atualmente com 347 crianças na Educação Infantil e 80 crianças através do Projeto Social Serviço de Protagonismo Juvenil e Fortalecimento de Vínculos Familiares, Este Serviço está inscrito no Conselho Municipal de Assistência Social, e inserido nos Serviços da Proteção Social Básica, da Política Nacional de Assistência Social. Como objetivo incentiva-se as crianças e seus familiares à participação no exercício da cidadania, protagonismo e autonomia, bem como são dadas as ferramentas necessárias para a criação de espaços de convivência e fortalecimento de vínculos, na família, na comunidade e na sociedade.